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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Zé Mulato e Cassiano (Um Brasil de Viola)

Esse é o segundo disco dessa dupla sensacional que posto aqui no blog. Junto com o outro disco, tem um pequeno texto  sobre os dois. Zé Mulato e seu irmão, Cassiano, formam uma das mais importantes duplas caipiras em atividade no Brasil. Seus verdadeiros nomes são José das Dores Fernandes (Zé Mulato) e João Monteiro da Costa Neto (Cassiano).
 
Abaixo, um vídeo com a dupla, produzido pelo Acervo Origens durante o Projeto Um Brasil de Viola.
Apesar de serem reconhecidamente uma das maiores expressões dessa resistência, Zé Mulato e Cassiano são generosos com as duplas sertanejas brega-mercantis, afirmando que, mesmo sem querer, uma hora ou outra, aparece um sentimento verdadeiro, que se transforma em uma mensagem que é expressão da alma, no meio de tanta baboseira, fama e dinheiro. Além disso, eles não se vangloriam pela resistência que representam; pelo contrário, mostram-se humildes.
 
Porém, são conscientes do lugar que ocupam, e revelam isso com bom humor, como quando Cassiano, no Programa Viola Minha Viola, da TV Cultura, no momento em que foi falar da dupla, soltou: Nóis é meio suspeito, porque nóis é fã de nóis também, né? Quando indagados sobre o resgate da música caipira pelos novos violeiros, em entrevista concedida a Fernanda Mendes em 2009 (pode ser acessada aqui -
 
http://www.com.ufv.br/pdfs/tccs/2009/fernandamendes.pdf), Zé Mulato respondeu: Para começar a música sertaneja não precisa de resgate porque ela nunca se perdeu. Você só resgata o que foi perdido. A música sertaneja de verdade, música de raiz, nunca se perdeu. Perderam-se brasileiros sem nação que começaram imitar americano e esqueceram de ser brasileiros. Esses que têm que ser resgatados.
 
A música continua viva, firme e forte. Os irmãos mostram, também, que ser caipira não é ser ingênuo, e que a caipirice deles é por amor e compromisso, coisa rara hoje em dia. Sobre fama e dinheiro, Zé Mulato disparou também no Viola Minha Viola: As gravadoras queriam nos bregar. Mas fazemos questão de conservar nosso purismo. Não quero ser sofisticado, e podem me chamar de conservador neste sentido. Modernizar, para mim, é aprender mais e tocar melhor.
 
As letras mostram que ser caipira é uma opção, não é matutismo ignorante. Elas falam de humor, paixão e protesto. Tem até gozação com uma dupla que falou que éramos quadrados. Fazemos o que gostamos. Ficar com um pé lá e outro cá é prostituição cultural. Pois então, há tão pouco para falar, porque eles mesmos dizem tudo.
 

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